21.8.09

Passeando pelo Pelourinho

Após visitar o Mercado Modelo em Salvador, onde encontrei uma enorme diversidade de artesanato baiano, bolsas, quadros, enfeites para a casa, panos de prato, vestidos, cocada e chaveiros com fitinhas do Senhor do Bomfim, atravesso a rua para pegar o famoso Elevador Lacerda. Pago uma taxa simbólica de cinco centavos e paro atras da última pessoa da fila para entrar em um do dois elevadores de 72 metros de altura que ligam a Cidade Baixa da Cidade Alta, onde fica o Pelourinho – o mais antigo e famoso bairro da cidade. Logo que chego na parte de cima, avisto a Praça da Sé e vejo prédios antigos, muitos precisando de uma boa pintura.


Vendedores ambulantes oferecem insistentemente seus produtos, são colares e chaveiros. Um menino moreno chega perto de mim e coloca uma fita do Senhor do Bomfim no meu pulso, em troca ele quer qualquer quantia em dinheiro. E assim como ele, há vários por lá. Há poucos metros dali vejo a cidade lá embaixo, o trânsito intenso, o mercado com suas bancas de artesanato em frente, e a Baía de Todos os Santos, com uma cor azul esverdeada, imagem digna de um cartão postal. Barquinhos, o prédio bem conservado da Marinha, e muitas pessoas transitando lá embaixo na Praça Cayru. Ao meu lado está a Cruz Caída, monumento conhecido na capital baiana. Ela foi instalada no lugar onde existia uma igreja em ruínas. Quando a igreja foi retirada para reformar a Praça da Sé, foram encontrados ossos no local. Um menino que estava perto de mim explica que logo a minha frente numa espécie de canteiro haviam muitos ossos antigamente. Mesmo estando há pouco minutos no local, já dá para sentir seu valor histórico e impactante.

Mas a visita ao Pelourinho está apenas começando. Caminho um pouco mais sobre os paralelepípedos e ladeiras de ruas estreitas ao som de MPB, pois há diversas lojas de venda de CDs e instrumentos que ligam suas caixas de som num volume agradável colaborando para a contextualização do local, bem brasileiro. Além dessas lojas, há outras de artesanato baiano, roupas, artesanato indiano, restaurantes, bares, agências de turismo e papelarias. A arquitetura barroco-portuguesa, com cores fortes e diversificadas encanta os inúmeros turistas, que encontra a cada cinco minutos, uma igreja, muitas com arquitetura barroca e imponente. As baianas com suas vestimentas tradicionais convidam para uma foto, paga, é claro.Sento numa sorveteria de origem francesa próxima a outros turistas. E ao descansar da caminhada abaixo de um sol de 27 graus em pleno inverno soteropolitano, leio um guia de turismo de Salvador e deparo-me com a história do Pelourinho. Nele diz que este foi o primeiro bairro de Salvador, a primeira capital do Brasil, ou seja, onde tudo começou em nosso país. A palavra “pelourinho” identificava o lugar dos engenhos reservados para castigar os escravos. Tudo muito didático, porém necessário para entender aquele local histórico e cheio de cultura ainda viva , mesmo após 1549, quando Salvador foi fundada por Tomé de Souza, primeiro Governador Geral do Brasil.

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