14.6.10

Pelourinho: Turismo baiano de lazer sem estímulo

Alessandra Nascimento

O turismo baiano está passando por momentos difíceis. Enquanto o segmento de eventos tem deslanchado, a falta de uma estrutura de apoio aliada à onda de violência tem gerado o sumiço do turista de lazer no Estado. Os efeitos são diretos sobre a rede hoteleira. Especula-se na cidade que dois grandes hotéis estejam à venda e que outros empresários do meio estariam dispostos a se desfazer dos empreendimentos devido a problemas em mantê-los em funcionamento. Segundo Mario Brunni, presidente do Salvador Convention, a situação no turismo baiano é complicada e requer maior atenção de todos os envolvidos.
“Falta política pública municipal, estadual e federal para oferecer uma infraestrutura turística mais adequada a nossa realidade. Necessitamos de um porto de desembarque mais arrumado e com estrutura mais profissionalizada. Na região do Comércio é preciso ver a questão de drogas com urgência, bem como os mendigos. Temos praias maravilhosas com temperatura adequada, mas elas se encontram desordenadas, há a questão das barracas.
Os prédios antigos estão em má conservação. Na Europa encontramos construções de 400 anos totalmente conservadas que são excelentes atrativos turísticos. As calçadas das ruas estão deterioradas. O transito em Salvador é precário, não há um metrô em operação ainda, sem contar com um grave problema da cidade que envolve seu crescimento demográfico. Os investimentos atuais são insuficientes para o enfrentamento da questão social. Esse elenco acaba afugentando o turista”, reclama Brunni.
Ele diz que a área de eventos poderia estar melhor, apesar de ser hoje a que mais atrai turistas para o estado. “Nesta área a Bahia podia estar melhor. Nos últimos cinco anos a receita de congressos e eventos realizados em Salvador e Litoral Norte gerou receitas de R$ 500 milhões em 350 eventos realizados no período, a exemplo do Congresso da ONU de segurança.
O gasto médio diário dos turistas que participam destes eventos é estimado em US$ 285, ao passo que o turista médio gasta US$ 100 por dia”, informa. Para Brunni todo o segmento ganha com o fortalecimento da cadeia. “São hotéis, restaurantes e todo o mix do receptivo. Atualmente entre 50% a 60% dos turistas que vem a Bahia são de eventos”, destaca.
ABIH reclama do baixo valor da diária
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia, ABIH, Ernani Pettinati, menciona além dos problemas de ocupação, o baixo valor da diária que em Salvador sai a uma média de R$ 170, enquanto em São Paulo, por exemplo, já chega a R$ 200.
“Não dispomos hoje de dados precisos, mas recebo reclamações de associados que criticam a baixa ocupação, além da questão da diária praticada em Salvador. Ainda não fui informado sobre a venda de hotéis, mas muitos podem estar sendo colocados a venda em razão destas questões. Não é que o hotel seja um mau negocio, é preciso se trabalhar mais a questão de divulgação do destino Bahia”, afirma.
Pettinati diz que o estado de São Paulo nesse período encontra-se com a rede hoteleira lotada. “Queremos crescer. Alguns investidores receiam investir em Salvador em razão da insegurança publica jurídica e dos exageros protagonizado pelo meio ambiente. Não devemos ser radicais e sim mais explícitos sobre as regras e dizer onde pode e onde não pode construir”, comenta.

Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=50555

Um comentário:

  1. Pois é, meu caro amigo. Amanhã o Olodum estará batendo os tambores a cada gol do Brasil... "Olodum pirou de vez".

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